Você já parou para pensar como foi que esse fóssil de dinossauro preservou detalhes da pele e do seu relevo por mais de 100 milhões de anos?

dinossauro mumificado nodossauro nodosauro sauro relevo riqueza de detalhes fotografiaNesse artigo vamos falar sobre um fóssil de dinossauro que preservou todo o relevo da sua antiga pele encouraçada, isso durante 100 milhões de anos. Para isso, recomendamos que clique para prosseguir. 

Uma das fotografias mais impressionantes de um dinossauro tipo como “mumificado” viralizou no fim dessa semana após a rede National Geographic contar a história deste herbívoro antigo blindado de 110 milhões de anos de idade, uma nova espécie de nodossauro já descoberta, e que cujos restos requintados agora estão em exibição no Royal Tyrrell Museum, em Alberta, no Canadá.

O antigo réptil é obviamente exemplar bastante notável, mas não apenas alguns ossos maltratados pelo tempo, mas, sim, de uma criatura inteira, transformada em pedra com pedaços de seu tecido mole ainda bem preservados em relevo. Quando conferida as imagens dessa antiga fera pela primeira vez, imagens que foram fotografadas para a edição de junho da rede do canal National Geographic, foi necessário conhecer como ela estava tão bem preservada — e também se havia outras múmias dinossauros em relevo como essa.
E rapidamente o National Geographic enfatizou o quão especial esse espécime em alto relevo era.

“Esse é um dos dinossauros melhor preservados no mundo atual”, disseram. “Sua pele é feita de escamas individuais — meio que como polígonos hexagonais ou octogonais, intercaladas com os osteodermos, que são uma espécie de armadura corporal. O que o diferencia é que cada um desses osteodermos tem uma camada de queratina, mesmo material de que são feitas as nossas unhas. E isso quase nunca está preservado em alto relevo desses tempos para cá.”
Brown da rede National Geographic nos acrescentou que, embora sua equipe não consiga ver o esqueleto do animal — por estar abaixo de centenas de quilos de carne de dinossauro petrificada em alto relevo —, eles estão atualmente usando tomografia computadorizada para analisar as entranhas do ser ao máximo possível. “Talvez possamos eventualmente conseguir dizer um pouco sobre seus órgãos internos, até mesmo qual foi sua última refeição”, afirmou Brown.

De acordo com o paleontólogo, que no início para o meio do período Cretáceo, Alberta teria sido um lugar muito diferente do que conhecemos hoje. “Um grande mar interior, que se estendia do Golfo do México ao Oceano Ártico — e muito quente e raso. A maioria dos dinossauros dos quais encontramos está preservada próxima à costa”, e é onde grandes sistemas fluviais enviam muitos sedimentos para esse mar interno, prendendo e fossilizando os pedaços de animais antigos que morreram no caminho, muitas das vezes podemos notar o quão bem preservados são os detalhes desses animais em relevo.
Mas esse dinossauro não foi encontrado em um litoral, onde teria comido folhas verdes em um ambiente similar ao de Everglades, na Flórida. Esse fóssil foi encontrado no mar, no fundo de um antigo solo oceânico. “O animal foi preservado em um ambiente em que não viveu”, disse Brown. “Ele deve ter vivido na terra e depois foi levado ao mar”, provavelmente após morrer.
No momento em que a carcaça blindada chegou ao oceano, o processo de decomposição já teria então começado — trilhões de bactérias quebrando suas células e soltando gases nocivos. Seu corpo teria começado a inchar como um grande balão de carne fedida, boiando sobre o mar quente e raso. Este putrefato corpo teria continuado seu trajeto, até que, enfim, algo o fez explodir, talvez  a água aquecida.
“Em algum momento, ele teria explodido e afundado rapidamente”, disse Brown. “Sabemos disso porque temos uma cratera de impacto preservada onde ele foi encontrado.”
Após esmagar-se sem cerimônias em direção ao fundo do mar, o nosso nodossauro desinchado provavelmente acabou enterrado sob uma espessa camada de lama, que o protegeu das bactérias. Os baixos níveis de oxigênio no fundo do mar também podem ter impedido a decomposição da carcaça. Eventualmente, a fera ficou ainda mais petrificada, com minerais rígidos substituindo seu macio tecido mole. Embora, segundo Brown, os pedaços macios não pareçam ter sumido completamente.
“Não é apenas a textura da pele. Partes orgânicas” ainda estão lá dentro, disse, acrescentando que não podia entrar em detalhes sobre a química da múmia dinossauro ainda, já que os demais resultados aguardam publicação. “Maior parte do corpo se petrificou com o tempo — meu coautor gosta de brincar que ele está em um sarcófago natural.”
Quanto à questão de se há outras múmias dinossauros por aí, podem estar esperando serem descobertas em mares antigos? Brown enfatizou que as condições que levaram esse nodossauro a se petrificar completamente são extremamente incomuns. E ainda mais incomum ainda seria que os humanos enfiassem suas pás precisamente no lugar certo para encontrar tal criatura. Mas ele não duvida que haja mais feras petrificadas do período Cretáceo por aí, engolidas pela Terra por uma estranha combinação de morte e física.

“Quase certamente existem outros por aí”, afirmou, apontando que a múmia de nodossauro foi descoberta por acaso, por um operador de equipamentos pesados que estava escavando em uma mina no Canadá para a empresa de energia Suncor. “Acho que a mensagem que fica é de que, independentemente de onde você esteja escavando para abrir uma estrada, uma mina, o que for, cuidado com esses fósseis importantes.”

Jonathan Silva

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